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. Quando se viaja em direção a um objetivo disse Petrus é muito importante prestaratenção no Caminho.O Caminho é que sempre nos ensina a melhor maneira de chegar, e nos enriquece,enquanto o estamos cruzando.Comparando isto com uma relação sexual, eu diria que são as caríciaspreliminares que determinam a intensidade do orgasmo.Qualquer pessoa sabe disto. E assim é quando se tem um objetivo na vida.Ele pode ser melhor ou pior, dependendo docaminho que escolhemos para atingi-lo, e da maneira como cruzamos este caminho.Por isso, a SegundaPrática de RAM é tão importante: tirar daquilo que estamos acostumados a olhar todos os dias os segredosque, por causa da rotina, não conseguimos ver.E Petrus me ensinou O EXERCÍCIO DA VELOCIDADE.O EXERCÍCIO DA VELOCIDADECaminhe durante vinte minutos, na metade da velocidade que você costuma normalmenteandar.Preste atenção a todos os detalhes, pessoas e paisagens que estão à sua volta.A hora mais indicada paraeste exercício ser realizado é após o almoço.Repetir o exercício durante sete dias. Nas cidades, no meio de nossos afazeres diários, este exercício deve ser executado emvinte minutos.Mas como estamos cruzando o Estranho Caminho de Santiago, vamos demorar uma hora parachegar até a cidade.O frio de que eu já havia me esquecido voltou, e eu olhei com desespero para Petrus.Mas ele não prestou atenção: levantou-se, pegou a mochila, e começamos a caminhar aqueles duzentos metrosnuma lentidão desesperadora.No começo eu ficava olhando apenas a taberna, um prediozinho antigo, de dois andares,com um letreiro em madeira pendurado por cima da porta.Estávamos tão perto que eu até podia ler a data emque o prédio fôra construído: 1652.Estávamos nos movendo, mas parecia que não tínhamos saído do lugar.Petrus colocava um pé adiante do outro com a máxima lentidão, e eu o imitava.Tirei da mochila o relógio e ocoloquei no pulso. Vai ser pior assim, disse ele porque o tempo não é algo que corre sempre no mesmoritmo.Nós é que determinamos o ritmo do tempo.Eu comecei a olhar o relógio a toda hora e achei que ele tinha razão.Quanto mais olhava,mais os minutos custavam a passar.Resolvi seguir seu conselho e enfiei o relógio no bolso.Procurei prestaratenção na paisagem, na planície, nas pedras que meus sapatos pisavam, mas a todo momento eu olhava paraa taberna e me convencia de que não tinha saído do lugar.Pensei em contar mentalmente algumas históriaspara mim mesmo, mas aquele exercício estava me deixando tão nervoso que eu não conseguia me concentrar.Quando não resisti e tirei de novo o relógio do bolso, haviam passado apenas onze minutos. Não faça deste exercício uma tortura, porque ele não foi feito para isto disse Petrus.Procure tirar prazer de uma velocidade a qual você não está acostumado.Mudando a maneira de fazer coisasrotineiras, você permite que um novo homem cresça dentro de você.Mas, enfim, você é quem decide.A gentileza da frase final me acalmou um pouco.Se era eu quem decidia o que fazer, entãoera melhor tirar proveito da situação.Respirei fundo e evitei pensar.Despertei em mim um estado esquisito,como se o tempo fosse algo distante e que não me interessasse.Fui me acalmando cada vez mais e comecei areparar com outros olhos as coisas que me cercavam.A imaginação, que estava rebelde enquanto eu estavatenso, passou a funcionar a meu favor.Olhava a cidadezinha a minha frente e começava a criar toda umahistória a seu respeito: como tinha sido construída, os peregrinos que por ali tinham passado, a alegria deencontrar gente e hospedagem depois do vento frio dos Pirineus.Em determinado momento julguei ver nacidade uma presença forte, misteriosa e sabia.Minha imaginação encheu a planície de cavaleiros e decombates.Eu podia ver suas espadas reluzindo ao sol e ouvir seus gritos de guerra.A cidadezinha não eramais apenas um lugar para aquecer minha alma com vinho e meu corpo com um cobertor: era um marcohistórico, uma obra de homens heróicos, que haviam deixado tudo para se instalarem naqueles ermos.Omundo estava ali, me cercando, e eu percebi que muito poucas vezes eu havia prestado atenção nele
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