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.Menos Isaac, que não perdia uma chance de contradizer as interpretações dorabino, apontar falhas em seus ensinamentos.Os outros ficavam revoltados com Isaac,mas não podiam fazer nada.Um dia, Isaac morreu.Durante o enterro, a comunidade notou que o rabinoestava profundamente triste.- Por que tanta tristeza? - comentou alguém.- Ele vivia colocando defeitoem tudo que o senhor dizia!- Não lamento por meu amigo que hoje esta' no céu - respondeu o rabino.- Lamento por mim mesmo.Enquanto todos me reverenciavam, ele me desafiava, e euera obrigado a melhorar.Agora que ele se foi, tenho medo de parar de crescer.O preço da perguntaO rabino vivia ensinando que as respostas estão dentro de nós mesmos.Mas seus fiéis insistiam em consulta-lo sobre tudo que faziam.Um dia, o rabino teve uma idéia: colocou um cartaz na porta de sua casa, eescreveu:RESPONDO CADA PERGUNTA POR 100 MOEDAS.Um comerciante resolveu pagar.Deu o dinheiro ao rabino, comentando:- O senhor não acha caro cobrar tanto por uma pergunta?- Acho - disse o rabino.- E acabo de responde-la.Se quiser saber mais,pague outras 100 moedas.Ou procure a resposta em você mesmo, que é mais barato emais eficaz.A partir deste dia, nunca mais o perturbaram. 119Perdoando no mesmo espíritoO rabi Nahum de Chernobyl vivia sendo ofendido por umcomerciante.Um dia, os negócios deste último começaram a andar muito mal."Deve ser o rabino, que está pedindo vingança a Deus", pensou.E foi pedirdesculpas a Nahum.- Eu o perdôo com o mesmo espírito que você me pede perdão - respondeuo rabino.Mas as perdas do homem cresceram cada vez mais, ate' que ele ficoureduzido à miséria.Os discípulos de Nahum, horrorizados, foram perguntar o que tinhaacontecido.- Eu o perdoei, mas ele continuou me odiando no fundo de seu coração -disse o rabino.- Então, seu ódio contaminou tudo que fazia, e a punição de Deus tornou-se ainda mais severa.Um tradicional conto sufiHá muitos anos, numa pobre aldeia chinesa, vivia um lavrador com seu filho.Seu único bem material, além da terra e da pequena casa de palha, era um cavalo que haviasido herdado de seu pai.Um belo dia, o cavalo fugiu, deixando o homem sem o animal para lavrar aterra.Seus vizinhos que o respeitavam muito por sua honestidade e diligência vieramaté sua casa para dizer o quanto lamentavam o ocorrido.Ele agradeceu a visita, masperguntou:- Como vocês podem saber que o que ocorreu foi uma desgraça na minhavida?Alguém comentou baixinho com um amigo: ele não quer aceitar arealidade, deixemos que pense o que quiser, desde que não se entristeça com o ocorrido.E os vizinhos foram embora, fingindo concordar com o que haviamescutado.Uma semana depois, o cavalo retornou ao estábulo, mas não vinha sozinho;trazia uma bela égua como companhia.Ao saber disso, os habitantes da aldeia alvoroçados, porque só agora entendiam a resposta que o homem lhes havia dado retornaram à casa do lavrador, para cumprimenta-lo pela sua sorte.- você antes tinha apenas um cavalo, e agora possui dois.Parabéns! disseram.- Muito obrigado pela visita e pela solidariedade de vocês respondeu olavrador. Mas como vocês podem saber que o que ocorreu é uma benção na minha vida?Desconcertados, e achando que o homem estava ficando louco, os vizinhosforam embora, comentando no caminho será que este homem não entende que Deus lheenviou um presente?Passado um mês, o filho do lavrador resolveu domesticar a égua.Mas oanimal saltou de maneira inesperada, e o rapaz caiu de mau jeito quebrando uma perna. 120Os vizinhos retornaram à casa do lavrador levando presentes para o moçoferido.O prefeito da aldeia, solenemente, apresentou as condolências ao pai, dizendo quetodos estavam muito tristes com o que tinha acontecido.O homem agradeceu a visita e o carinho de todos.Mas perguntou:- Como vocês podem saber se o que ocorreu foi uma desgraça na minhavida?Esta frase deixou a todos estupefatos, pois ninguém pode ter a menor dúvidaque um acidente com um filho é uma verdadeira tragédia.Ao saírem da casa do lavrador,diziam uns aos outros: o homem enlouqueceu mesmo; seu único filho pode ficar coxo parasempre, e ele ainda tem dúvidas se o que ocorreu é uma desgraça.Alguns meses transcorreram, e o Japão declarou guerra contra a China.Osemissários do imperador percorreram todo o país, em busca de jovens saudáveis para seremenviados à frente de batalha.Ao chegarem na aldeia, recrutaram todos os rapazes, exceto ofilho do lavrador, que estava com uma perna quebrada.Nenhum dos rapazes retornou vivo.O filho se recuperou, os dois animaisderam crias que foram vendidas e rederam um bom dinheiro.O lavrador passou a visitarseus vizinhos para consola-los e ajuda-los já que tinham se mostrado solidários com eleem todos os momentos.Sempre que algum deles se queixava, o lavrador dizia: como sabese isso é uma desgraça? Se alguém se alegrava muito, ele perguntava: Como sabe se issoé uma benção? E os homens daquela aldeia entenderam que, além das aparências, a vidatem outros significados. 121De árvores e cidadesNo deserto de Mojave, é freqüente encontramos as famosas cidades-fantasmas: construídas perto de minas de ouro; eram abandonadas quando todo o produtoda terra tinha sido extraído.Haviam cumprindo seu papel, e não tinha mais sentidocontinuar sendo habitadas.Quando passeamos por uma floresta, também vemos árvores que - uma vezcumprido seu papel, terminaram caindo.Mas, diferente das cidades-fantasmas, o queaconteceu? Abriram espaço para que a luz penetrasse, fertilizaram o solo, e tem seustroncos cobertos de vegetação nova.A nossa velhice vai depender da maneira que vivemos.Podemos terminarcomo uma cidade - fantasma.Ou então como uma generosa árvore, que continua a serimportante, mesmo depois de caída por terra.Sobre o ritmo e o Caminho- Faltou algo em sua palestra sobre o Caminho de Santiago - me diz umaperegrina, assim que saímos da Casa de Galicia, em Madrid, onde minutos antes eu acabarade dar uma conferência.Deve ter faltado muita coisa, pois minha intenção ali era de apenascompartilhar um pouco minha experiência.Mesmo assim, convido-a para tomar um café,curioso em saber o que ela considera como uma omissão importante.E Begoña este é seu nome me diz:- Tenho notado que a maioria dos peregrinos, seja no Caminho de Santiago,seja nos caminhos da vida, sempre procura seguir o ritmo dos outros. No início de minha peregrinação, procurava ir junto com meu grupo.Mecansava, exigia de meu corpo mais do que podia dar, vivia tensa, e terminei tendoproblemas nos tendões do pé esquerdo.Impossibilitada de andar por dois dias, entendi quesó conseguiria chegar a Santiago se obedecesse meu ritmo pessoal. Demorei mais que os outros, tive que andar sozinha por muitos trechos ~mas foi só porque respeitei meu próprio ritmo que consegui completar o caminho.Desdeentão aplico isso a tudo que preciso fazer na vida: respeito o meu tempo. 122Tudo vira póAs festas de Valência, na Espanha, têm um curioso ritual, cuja origem estána antiga comunidade dos carpinteiros.Durante o ano inteiro, artesãos e artistas constroem esculturas gigantescasem madeira.Na semana de festa, levam estas esculturas para o centro da praça principal.Aspessoas passam, comentam, se deslumbram e se comovem diante de tanta criatividade.Então, no dia de São José, todas estas obras de arte - exceto uma - são queimadas numagigantesca fogueira, diante de milhares de curiosos.- Por que tanto trabalho a toa? - perguntou uma inglesa ao meu lado,enquanto as imensas labaredas subiam aos céus.- Você também vai acabar um dia - respondeu uma espanhola
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